Americana não é a Princesa Tecelã à toa. A cidade, ainda jovem, se desenvolveu e ganhou destaque no início do século por conta da produção têxtil. Esse processo, que começou com a Vila de Carioba, onde está a Casa Hermann Muller, ainda hoje é motivo de orgulho para os filhos da terra.
O atual vice-prefeito da cidade, Odir Demarchi, é uma das pessoas que guardam na memória as lembranças dos tempos pujantes do bairro Carioba. “Eu morava no Cordenonsi e aos finais de semana o ponto de encontro do pessoal era certo. Todos se reuniam na Rua Carioba, próximo ao Casarão para conversar, paquerar, encontrar os amigos e socializar, era o point da galera”, lembra.
O desenvolvimento não ficava restrito às fábricas, mas a Vila Operária era um centro comercial e de lazer. “Todos que moravam ali perto faziam a despesa do mês na Venda do Melo, que era o local mais próximo e muito frequentado. E na Rua Carioba, que recebeu o primeiro asfalto do Brasil, existia um túnel formado naturalmente pelo bambuzal, formando uma paisagem muito bonita”, contou.
Odir também defende a importância de preservar essas memórias, registrando-as para que as futuras gerações possam também ter orgulho da cidade e de suas tradições. “É muito importante esse passado ligado ao setor têxtil e a região de Carioba, com suas tecelagens e confecções, contribuiu muito para o crescimento de Americana. Inclusive recebemos o título de Princesa Tecelã, e não foi à toa. Porém, temos a consciência de que precisamos resgatar o poder têxtil em sua totalidade e trazer mais progresso para a nossa cidade. E estamos trabalhando firme nesse propósito”, afirmou.
A EOS Engenharia está trabalhando no projeto de reforma da Casa Hermann exatamente para manter vivo e preservado esse patrimônio histórico, que traz em suas paredes e em cada detalhe um pouco desse passado de glórias. Para o desenvolvimento do projeto e para a efetiva reforma da Casa Hermann Muller, que já foi tombada como patrimônio histórico pelo Estado e pelo Município, a empresa conta com o apoio da iniciativa privada, por meio das leis de incentivo.
Odir, que é empresário, destaca que a cooperação das empresas é essencial para manter o investimento em cultura e preservação histórica. “Como sociedade, atualmente, não existe outra forma de chegarmos a algum objetivo sem essa cooperação pública-privada. A colaboração nos permite alcançar o sucesso em muitas ações, que sozinhos demoraríamos muito para atingir. E o retorno dessa parceria é muito positivo para ambas as partes e ainda com o ganho certo que influencia diretamente no dia a dia, no bem-estar, na qualidade de vida e no desenvolvimento pessoal e econômico da população”, finalizou.